SoteropolitanDo os derradeiros dias de um 2006 longo demais...

Morre mais um ano...causa mortis: O tempo nunca pára para amarrar os sapatos enquanto corre...ele corre descalço...nos leva consigo na garupa...pisando nos espinhos, nas flores, nas pedras e margeando os atalhos que por vezes tentamos convencê-lo a seguir...
Mas o tempo é senhor de tudo...ele não ouve, ele não segue regras nem palpites....ele apenas segue...é filho, pai e mestre de tudo quanto há de existir e se existir...e porque inventamos os dias no nascer e morrer de cada sol(como se o Sol fosse um para cada dia), morre mais um ano...enfim!
E, como (quase!) não poderia deixar de ser, lá vou eu para minha Soterópolis reencontrar um pouco de mim que (tirando os queridos primos ilheenses e os tios-avós) não tenho me dado a chance de viver...família...um pouco de tudo que trago aqui...

Bom, não vou esticar muito as palavras...no lugar disso vou estampar os espaços abaixo com as fotinhas tiradas ao longo desses dias...e como tem muita foto, vou fazer algo inédito(noooossaa!)...vou separar as fotos tematicamente...beleza? Isso cairia melhor no Multiply, onde se pode criar álbuns conceituais, mas tudo bem...não vou interromper a seqüência do blog...prefiro improvisar...vamo nessa!

Natal...cordas, acordes, risadas e (sem fotos...) alguns momentos de euforia (rsrs...quem viveu viu, né?!)




Na bola de cristal natalina uma imagem retrovisando o futuro...um mundo de ponta-cabeça? Nada disso...invertamos a foto, mas melhoremos as previsões!



Vamo nessa...fim de tarde, baixo e bateria...



Som nas caixas (amplificada e da bateria!)...



...só alegria!



Luquinhas destruindo na bateria.



E eu destruindo A bateria (e alguns ouvidos)...não é preciso dizer que a diferença entre essa e a frase da foto anterior é gritante...Tati que o diga..rsrs!


Né, Tati?! :)


Ricardinho nas 4 cordas.


Xande dominando as seis cordas e os vocais...pura afinação!



Olhos atentos numa mesma direção...amigo secreto(modalidade "rouba-rouba").


Aêêê!!


Nós!


Guria!


"Terra...Terra, por mais distante, a errante navegante, quem jamais...te esqueceria..."



:)) Vai ser fotogênica assim...


No canto dos olhos...


...



No centro de tudo...


Asas de rapina entre os arranha-céus

Estar em Salvador permite voltar a um berço...onde os olhos voltam-se, desde os tempos da infância, à vida escondida, camuflada na confusão urbana...mas evidente a quem a busca...ou mesmo sem buscar, ainda se permite perceber, quase ao acaso, ali...pousada numa antena de TV, numa torre de celular, num terraço do mais alto arranha-céu, numa caixa de ar condicionado...aves de rapina, rapinando o pouco que resta da vida que lhe alimenta no meio do concreto, vidro e metal. Não há mais como voltar a Salvador e não se ver impregnado da vontade de procurar um falcão peregrino no alto de uma caixa de ar condicionado...e se encantar com um mergulho vazando o ar...ou apreciar um casal de gaviões-carijós entrelaçando um vôo de cumplicidade...a vida constrói pequenos mundos sutis, vícios cegos nas sombras do cotidiano...mas está ali...todo dia...basta olhar um pouco mais para cima.



Pega, mata e come...mesmo no concreto, não vai morrer de fome...






Os reis das antenas de TVs...gavião-carijó...





Mais um Falco peregrinus...dessa vez no Costa Azul...fêmea adulta. Com esse, sobe pra sete o número de peregrinos já registrados pessoalmente...4 em Salvador. E a vida segue...nas asas do peregrino...valeu pela companhia nas observações, Xande!!





Falco da Pituba...de volta às origens...ciclos que se fecham sem se repetir...




Um gato chamado Uruca

Homenagem ao primeiro gato esquizofrênico que conheci...25% de valentia, 25% de muita covardia, 25% de manha, 25% arisco e esnobe...e ao mesmo tempo, num mesmo ato, 100% de cada um desses...em resumo, um gato típico.





Preguiça felina ao extremo...



Todo o charme de um sete-vidas...rsrs.



Por trás da seriedade quase geniosa, um pavor não compreendido por câmeras digitais.



Várias variáveis...


Cidade dentro da cidade...



Cidade que acorda...


Cidade que não dorme, à espera de um ano a eclodir em luzes...


No espaço tempo do ponteiro humano, mais um ano se anuncia...no ciclo temporal, círculos de luz...



E em círculo de luz roubada, a última lua de 2006.





Luz...venha, vida! Venha que vou te devorar de colher cheia...com pedras no caminho e tudo mais... ou "fodam-se as pedras e o caminho"!




Luz a todos! E que o último a sair não a apague...