BARCO DE PAPEL
Kátia Drummond
Como se a terra corresse inteirinha atrás do rio,
a seguir serras e vales num enorme caminhar,
eu vejo a imensa saudade escorrer-se sobre mim.
Sei de onde ela partiu. Não sei onde vai chegar.
Como se o rio voltasse todo ao encontro da terra,
e, num abraço apertado, inundasse a solidão,
eu sinto a minha saudade, penitência dos aflitos,
desesperar-se. E, aos gritos, mergulhar na imensidão.
Se eu fosse a terra, eu cumpria meu destino de ser leito.
Se eu fosse o rio, eu seguia meu destino de ser mar.
Eu não sou terra nem rio. Sou um barco de papel!
Onde vai, pois, um barquinho de papel a navegar?
2 Comments:
Pereginus,
Que linda ilustração!
Amei, amei demais.
De que baú tirastes as fotos?
Falta agora a música. Rsrsrsrsrsrs...
Promessa é dívida. Ou dúvida?
Beijos de amor de pteropas-mãe-peregrina.
Que bonitiiiiiiiinho! Gostei especialmente do último verso. Se tiver música mesmo, faça-me o favor de gravar e me mandar pra eu poder ouvir!!
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